Para não esquecer...

FARO, CAPITAL NACIONAL DA CULTURA

Na sexta-feira, dia 31 de Março, deu o último suspiro a Faro, Capital Nacional da Cultura, com a versão concerto da ópera de Marcos Portugal La donna di genio volubile, no Auditório de Lagoa.O evento arrancou tarde, como se sabe, tendo o presidente inicial da estrutura, Arq. Lamas, cedido o lugar ao Prof. Doutor Rosa Mendes. As peripécias que se seguiram são do domínio público.

A Capital da Cultura caracterizou-se por não se cingir à cidade de Faro (e a sessão de encerramento aí está para confirmá-lo), antes tentando abarcar toda a região, com iniciativas em lugares tão improváveis como Querença (Teatro O Bando) e a Ilha do Farol (com dança). Esta distribuição foi um dos seus grandes méritos. E talvez isso tenha contribuído para a sua menor visibilidade. Distribuídas as iniciativas por diversos concelhos, pareceu que a Faro, Capital da Cultura não existiu. E, se calhar, pouco existiu. A sua divulgação poderá não ter sido a melhor.

Mas Faro 2005 teve momentos de grande interesse, no campo das exposições, cinema, publicações, conferências. As edições de poesia foram importantíssimas. A reedição da obra de Estácio da Veiga, Antiguidades Monumentais do Algarve, sabendo que estas tiveram a primeira e única edição no sec. XIX, foi um momento marcante.

No cômputo geral tem de se fazer um balanço positivo, sabendo que os constrangimentos orçamentais e as dificuldades legais na movimentação de verbas aconselham a uma alteração do modelo utilizado, de forma a agilizar a estrutura.

Uma nota: nem no dia do início nem no dia de encerramento se viu a Srª Ministra da Cultura. É certo que a equipa que dirigiu esta inicitiva não foi escolhida pelo seu ministério, mas, caramba!, não mereceria outra atitude? E o que dizer do poder político regional? Onde, o governador civil ou o presidente da área metropolitana do Algarve? A Capital da Cultura mereceria outra atenção e respeito. Mas parece que, sentindo que esta foi um flop, ninguém se quer ver associado ao evento. Sempre foi assim.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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