Para não esquecer...

NOSSA SENHORA DO EPC

Ora, nem de propósito, o sr. Eduardo Prado

(de um)
Coelho
(EPC para o vulgo)
resolveu dar à estampa, no Público de ontem
(18 de Junho de 2007),
um texto predicatório e laudatório da coisa.

Não nos fala das minudências dos retratos nas paredes daquele cujo nome não devemos nomear, não. A sua prosápia é mais subtil e decorativa, cheia de brindes, em tempos de caça e sobre a
(nossa)
senhora da DREN, EPC
(vivam os acrónimos)
é taxativo, dentro da dúvida que o assalta:
«Não sabemos bem o que pensar: se estamos perante um caso de imensa candura, ou se, pelo contrário, a hipocrisia reina».
Também não sei, mas, na dúvida, inclino-me para a candura, uma inclinação de, sei lá, 60º, Eduardo!

E, entrementes, mais uma inclinação:
«Margarida Moreira é defensora de uma liderança forte, e ao mesmo tempo lembra que é educadora de infância, insinuando que há ternura encapotada a explodir nas circunstâncias mais favoráveis».
Sim, estou de acordo, a uma educadora de infância forte falta-lhe a subtileza do decote generoso, para que a “ternura” encapotada possa explodir, por toda a região, em geral, e na zona do EPC, em particular.

Mas EPC estava num dia de glória e, por entre tantos aplausos, ressurgidos de cada palavra que a sua atordoada pena ia botando no papel, saiu-lhe, de um sorvo:
«Ora terá havido insulto, e logo no interior das paredes da DREN. Embora eu ainda não tenha entendido bem se a piada foi dita no local de trabalho e o insulto num almoço entre funcionários e amigos e as duas coisas terão sido amalgamadas».
Dúvidas, meu caro, dúvidas, talvez metódicas, e um estado de choque que um insulto desta envergadura, nas costas do primeiro, sempre provoca no segundo. E nada melhor que o desagravo:
«Já disse o que pensava sobre a vergonhosa exploração por parte da imprensa do tema, pouco importante para o país, da licenciatura do primeiro-ministro. Já expressei o que me pareceu ser uma excelente entrevista de José Sócrates na televisão sobre a matéria».
L A P I D A R
(éle-a-pê-i-dê-a-érre)!
E, num remate em força, antevendo a consumação do golo, mesmo dentro da azinheira:
«E tenho formulado inúmeras vezes a admiração pessoal e política que tenho pelo actual chefe do Governo».
Com tais “verdades” bíblicas, quem precisa de penar à espera de um sinal, ou passar pelas agruras prévias e demoradas da revelação?

EPC tem passado mal. O seu dedicado amor por tudo quanto candidamente nos confessou não justifica que o pouco que sobra da sua lucidez seja gasto em trabalhos forçados, à beira da consumição. Aliás, devia aprender com os últimos maus exemplos: Almeida Santos, em delírio, coisa que já acontece com EPC, aventou a hipótese da explosão da ponte. E, depois, como se passava o Tejo?

Descanse, EPC, descanse!

escrito por Jerónimo Costa

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