Finalmente um artigo
[no Público de 9 de Março passado]inteligente, objectivo, sem demagogias nem cedências, bem estruturado e baseado em todas as variáveis, ai tão variáveis, das escolas reais que temos: tanto a nível humano, como a nível do espaço físico e equipamentos, passando pelas relações interpessoais.
Finalmente um artigo que vai ao âmago, a todos os âmagos, da questão da Educação. Começando pelo simples facto de que não há uma Educação; há tantas quantas as escolas existentes no país.
Por conseguinte, não poderá haver uma Avaliação igualitária, persecutória, punitiva e exclusiva, ao invés de uma Avaliação formativa e inclusiva. Como deve ser toda a avaliação pedagógica, aliás.
E então qual seria a alternativa? Como perguntava ao jornalista novato e indefeso, com ar grave, sério e compungido, a Sr.ª Ministra.
A alternativa teria sido o diálogo, a não estigmatização de toda uma classe, em bloco.
Teria sido um estudo sério das necessidades de cada escola, e de todas as Acções realizadas pelos docentes, de iniciativa própria ou do próprio Ministério. Ou seja, um estudo sério dos recursos humanos.
Mas não. Começou-se por apontar o dedo indiscriminadamente aos docentes e empurrar muitos para a reforma antecipada. Muitos dos bons profissionais que dedicaram uma vida inteira ao ensino.
Agora digam-me lá como é que eu me posso responsabilizar
(é um dos pontos da Avaliação)pela permanência de todos os meus alunos na escola? Ainda que esta, da forma como está organizada, lhes não interesse nada. Será assinando um termo de responsabilidade, no género: eu, abaixo assinada, juro por minha honra, etc., etc?
Digam-me por favor, porque eu, que sou “inábil, preguiçosa, desleixada, corporativista, desinteressada”, estou cheia de vontade de aprender.
A bem da Nação! Perdão, a bem da Educação.
Por isso, Dr. José Madureira Pinto, bem-haja pelo seu artigo lúcido e esclarecedor. Espero que o seja para todos. E principalmente para o jornalista de um certo “jornal” que clama e reclama que a Avaliação deve ser feita “custe o que custar”. Por razões políticas, contra as pessoas? Afinal os professores não estão “reféns dos Sindicatos”, estão é “reféns” dos políticos.
escrito por Gabriela Correia,Faro
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