Duas apresentações com casa cheia. Não se pode esperar nem pedir mais.
A prata da casa a provar que também se pode ser profeta na sua terra. E uma Lucia que não envergonhou ninguém
[mesmo sem ouvir a sua fantástiva voz, basta olhar para os olhos desta ruiva].
Cenários imponentes e muito práticos e uma orquestra dirigida com maestria e sensatez por um homem que já dedicou à ópera quase três dezenas de anos.
Os cantores, como disse, eram todos locais
[se bem é certo que todos eles passam a maior parte do ano como emigrantes...]
com muitas provas dadas
[alguns já veteranos em papéis desta ópera]
e muitas ganas de fazer boa figura numa sala por onde já passaram quase todos os monstros deste negócio
[incluindo o trio Plácido Domingo, Pavarotti e José Carreras].
Conseguiram-no. Yalí-Marie Williams
[nem pelo nome nem pela figura é fácil de a identificar como portorriquenha]
como Lucia e Rafael Dávila
[que vi nascer e crescer neste mundo musical quando ele estudava na universidade e que cravei algumas vezes para festas do meu Departamento]
como Edgardo, fizeram gala de uma técnica apurada e de uma entrega que já se esperava. Fixem o nome de Yalí-Marie, porque vão ouvi-lo muitas vezes a partir de agora. Tem uma voz excepcional, boa presença em palco e uma figura que não deixa desviar os olhos do palco.
De regresso a casa pensava eu que naquele tempo as pessoas morriam por amor. Agorra morre-se mais por petróleo e cocaína
[Mudam-se os tempos...].
Ah! Enquanto no palco só havia jovens, o público estava formado, em mais de 90% , por gente entradota em anos
[tipo terceira idade, velhotes, reformados, com os pés prá cova].
A malta nova não gasta dinheiro nestas coisas. Para isso inventaram neste país o Regueton.
[Não se mudam só os tempos....]escrito por José Alberto, Porto Rico
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