Sentou-se, depois de pedir licença à mulher que já estava à mesa a acabar o bacalhau à Gomes de Sá.
-- Olhe que eu gosto muito do respeitinho -- esclareceu, antes que houvesse ideias. E a conversa derivou para uma lista de doenças sem fim, alimentada de ambos os lados contrários da mesa.
Já a mulher bebia o chá, depois de ter recusado a sugestão de sobremesa, quando ele abriu a boca a um saco plástico:
-- Tenho aqui mais de 100 euros, só de bilhetes de carreira. Vossemecê apanha a carreira ao pé de casa? Eu tenho que andar 3 quilómetros a pé até à paragem.
E informou que estava de baixa.
-- O médico queria que eu trabalhasse, mas eu não posso de maneira nenhuma. -- Mostrou a mão esquerda inchada. -- Eu perguntei-lhe: "o senhor doutor conseguia alevantar caixas cheias de garrafas de azeite cheias com uma mão assim?"
A mulher abanou repetida e solidariamente a cabeça, num movimento acompanhado pelo lamento de valha-nos Nosso Senhor!
Ele olhou-me, quando pedi um café curto. Mas foi à mulher que confidenciou:
-- Sabe quanto estou a ganhar por dia assim de baixa? Treuze euros. Ganho treuze euros por dia.
Lá pelo meio das confidências, fiquei a saber que, quando vinha ao médico, passava naquela tasca para comer uma bifana e beber um copo. Pagava 4 euros, acrescentou. Hoje não comeu nada: cumprimentou e saiu, justificando-se com a hora da consulta:
-- O senhor doutor já lá deve 'star...
-- Olhe que eu gosto muito do respeitinho -- esclareceu, antes que houvesse ideias. E a conversa derivou para uma lista de doenças sem fim, alimentada de ambos os lados contrários da mesa.
Já a mulher bebia o chá, depois de ter recusado a sugestão de sobremesa, quando ele abriu a boca a um saco plástico:
-- Tenho aqui mais de 100 euros, só de bilhetes de carreira. Vossemecê apanha a carreira ao pé de casa? Eu tenho que andar 3 quilómetros a pé até à paragem.
E informou que estava de baixa.
-- O médico queria que eu trabalhasse, mas eu não posso de maneira nenhuma. -- Mostrou a mão esquerda inchada. -- Eu perguntei-lhe: "o senhor doutor conseguia alevantar caixas cheias de garrafas de azeite cheias com uma mão assim?"
A mulher abanou repetida e solidariamente a cabeça, num movimento acompanhado pelo lamento de valha-nos Nosso Senhor!
Ele olhou-me, quando pedi um café curto. Mas foi à mulher que confidenciou:
-- Sabe quanto estou a ganhar por dia assim de baixa? Treuze euros. Ganho treuze euros por dia.
Lá pelo meio das confidências, fiquei a saber que, quando vinha ao médico, passava naquela tasca para comer uma bifana e beber um copo. Pagava 4 euros, acrescentou. Hoje não comeu nada: cumprimentou e saiu, justificando-se com a hora da consulta:
-- O senhor doutor já lá deve 'star...
[Remake deste texto: POIS!... [estórias exemplares] -33- 372 euros por dia]
escrito por ai.valhamedeus
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Também pode calçar Prada!
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