Com o título deste "post", o editorial do Público de hoje analisa de modo interessante o caso da professora de Espinho suspensa com base em gravações de uma sua aula.
Concordo inteiramente com o editorial de Manuel Carvalho. Considero que é pena que o episódio seja analisado apenas na perspectiva do que se ouve nas gravações que foram publicadas.
Não me pronuncio sobre o que a professora disse
(espero que um processo disciplinar "decente" o faça).
Mas há 2 pormenores perturbadores para qualquer docente:
- o "clima" numa sala de aula -- onde a comunicação é pessoal/informal -- fica inevitavelmente a(du)lterado quando é transmitido por um som "frio", descontextualizado e desinserido do seu todo;
- a ausência de condenação OFICIAL do facto de um aluno gravar sem autorização uma aula é (mais) um sintoma do clima pidesco em que este país vive. Pelo que referi no parágrafo anterior, é inadmissível que alguém grave uma aula sem autorização.
Sempre "avisei" os meus alunos de que, quando na aula entrasse alguém "estranho", estavam proibidos de qualquer comportamento menos formal. A razão é a que se adivinha: para alguém que entra numa aula é, com alguma frequência, incompreensível o "clima" que nela se vive. E digo mais: se assim não for, é porque a relação entre os presentes na sala não é a melhor. E acrescento ainda mais: se os alunos podem, impunemente, gravar as (minhas) aulas, cá estou eu para as transformar num espaço formal, asséptico, onde nada haja digno de processo disciplinar e da indignação dos pais e encarregados de educação. Para mal da educação. Para mal dos (meus) alunos.
Leia no scribd "delação na sala de aula" escrito por ai.valhamedeus
8 comentário(s). Ler/reagir:
Gostei de ler
e
apreciei
Também vais para a galeria dos professores porreirinhos
O filho da puta do aluno que gravou a conversa é que terá de ser punido para desencorajar o apareciemnto de pidezinhos dentro da sala.
O comportamneto da professora, um exemplo a seguir
Só assim se percebe a política da distribuição de preservativos e da pílula do dia seguinte, na Escola.
Se eu mandasse implementava mesmo a construção de "quartos de sexo" nas Escolas.
Mas estas merdas estragam algum pouco dinheiro com refeições e material escolar para os alunos necessitados.
Realmente assim não vamos longe
Realmente não vamos longe não, com comentários destes.
A gravação de actos públicos é e deverá ser livre - é inaceitável que uma aula prestada num estabelecimento público por um servidor do estado possa assumir caracter privado.
Ao meterem a cabeça na areia fingindo ignorar que grande número de professores não presta - o que é normal e humano, dada a massificação da função ocorrida duarnte decénios de abandalhamento geral - os profissionais que podiam salvar o sistema afirmam-se entusiásticos fãs da reforma. Melhor: das reformas - as deles, que são talvez as últimas garantidas.
Et après eux, le déluge...
Discordo (quase) em absoluto da última opinião anónima. Concordo apenas com a necessidade de controlar (sobretudo para implementar) a qualidade do ensino.
Discordo, absolutamente, é de que valha tudo para o conseguir; designadamente, da gravação de aulas. As razões, exponho-as no "post". Aqui, queria só acrescentar que há (oficializados, legal e moralmente justificados) múltiplos modos de se conseguir o que, pretensamente, a encarregada de educação da aluna "gravante" pretendia.
Há ainda outro pormenor perverso nesta estória: parece instalar-se cada vez mais (eventualmente com alguma justificação) a ideia de que as coisas se resolvem puxando-as para a comunicação social; na verdade, o destino das gravações em questão foi, segundo julgo saber, um exclusivo SIC (só não entendo por que razão, nas circunstâncias actuais, não acabaram na TVI).
No meio disto escapa a linguagem chula e grosseira da excelente professora de Matosinhos.
Condiz com o nível a que chegou o ensino e a educação em Portugal tanto a nível docente como discente.
As lesmas do ministério devem esfregar a barriga de contentes e certamente estarão a murmurar:
- Eu não vos dizia que os professores eram mesmo rascas e facilmente substituíveis?
Verdade.
E também escapam as ameaças explicitas "quem dou as notas sou eu" - tipificadores de animo chantagista...
E também escapa a referência ao balurdio que pretendia ganhar em sede de processo judicial (contra os pais?)... de que estava necessitada porque precisava de mudar de 4x4 (o fétiche do 4x4 chega e sobra para traçar o perfil da gaja). Perigosa, agressiva, brutal, cobarde.
Ya Allah (o post 3 também é meu)
Mais uma vez, estes excelentíssimos anónimos, confundem a árvore com a floresta e até rematam as suas atoardas, em Francês, que outrora foi língua fina...
Quer-me parecer que a propaganda de vexame dos profes portugueses, maquiavelica e sistematicamente realizada por Lurdes Rodrigues e seus acólitos, vem encontrando replicadores à altura...
O comportamento da prof de Matosinhos é aceitável? NÃO, em circunstância alguma!
A actuação pidesca da EE que mandou o filho gravar a aula é aceitável? NÂO, em democracia!
As aulas são um acto público? Mas, claro!
Então os alunos não foram para casa dizer aos pais (e em meu entender procederam bem) o que se estava a passar com aquela "stôra"?
E, pode uma aula ser escondida quando temos 20 ou 30 alunos a testemunhá-la?
Haverá trabalho mais exposto?
http://carvalhadas-on-line.blogspot.com/search?q=o+desordenado
Para juntar à cambada de ignorantes e validar os argumentos da "stòra" e do ai.valhame.san.serifan entrem no blog das carvalhadas
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