Uma carta de Rui Marques, do Porto, rapinada da edição de hoje do Público e aqui transcrita, deixando os comentários para os leitores do Ai Jesus!:
Nos tempos da "outra Senhora" - nunca consegui entender esta intrigante expressão - a Mocidade Portuguesa era uma instituição que integrava os jovens dentro da lógica do Estado Novo. Com notáveis defeitos, como o facto de verem o salazarismo como uma entidade paternal, que os abrigava, e algumas qualidades como o reforço do espírito de grupo ou o companheirismo, próximas aliás do escutismo.escrito por ai.valhamedeus [com um abraço para o CRM]
Chegados a 2009, no tempo da "actual Senhora", que se supõe mais moderna e sofisticada que a "outra", eis que assistimos, incrédulos, ao aparecimento de uma peculiar Mocidade Portuguesa socialista. Com uma bizarra característica: esta mocidade, seja através da propaganda, seja por via da coacção pura e dura, é obrigada a integrar-se e a mobilizar-se no esforço propagandístico do Governo Sócrates.
Numa escola os alunos participaram, involuntariamente, numa acção de propaganda do Governo, sendo filmados, contra a sua vontade, a utilizar essa nova glória da tecnologia socrática, ele próprio, "o computador Magalhães". Noutra, alunos do secundário foram levados para uma sala desconhecida, interrogados e coagidos a exercer a asquerosa função de "bufos" dos professores que participam em greves ou contestam as políticas governamentais.
A conclusão triste e decepcionante que temos de tirar é que a Mocidade salazarista era bem mais evoluída que esta obscura Mocidade socialista. Pelo menos levava os meninos e as meninas em passeio, a fazer fogueiras e a cantar hinos, e não os fechava em salas ou os filmava contra a sua vontade, como se fossem cobaias de qualquer experiência científica.
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