Para não esquecer...

MÚSICA PARA O FIM DE SEMANA - bill evans

Sunday at the Village Vanguard Bill Evans[Bill Evans - Sunday at the Village Vanguard. Está aqui]

Diz quem sabe que o pianista Bill Evans foi dos que mais influenciou os pianistas do jazz. Quem sabe é, por exemplo, José Duarte que, a páginas 88 do seu Cinco Minutos de Jazz
[Lisboa: Oficina do Livro, 2000],
escreve:
Bill Evans foi o pianista mais importante da linguagem jazz quando moderno. Ainda o é, morto que está há quase 13 anos! Todo o pianista recebeu a sua benção, todo o bom pianista de jazz vivo, devo salientar, ouviu Bill Evans, e do seu estilo, do seu touch não se conseguiu libertar. Bill foi um génio como instrumentista e um compositor interessante, só influenciou todos os pianistas, o que distingue dos outros génios maiores ainda, como Parker ou Armstrong que influenciaram todos os músicos independentemente do instrumento que utilizassem. Até a sua atitude ao piano foi adoptada, cabeça mergulhada no teclado. Ouver Keith Jarrett ou Mário Laginha, para exemplo servem.
No Ípsilon do passado 18 de Setembro, Rodrigo Amado faz a recensão de Sunday at the Village Vanguard, gravado por Evans em 1961. Considera-o "um registo obrigatório do mais influente pianista de jazz da história" e atribui-lhe cinco estrelas, no máximo de cinco, no que segue opinião generalizada sobre a importância deste disco. Justifica-se nestes termos:
A importância de "Sunday at the Village Vanguard" tem apenas paralelo em "Waltz for Debby", sessão gravada na mesma sessão histórica de 25 de Junho de 1961. Das
duas, esta "Sunday Night..." destaca-se pelo maior foco dado ao extraordinário trabalho de Scott LaFaro no contrabaixo, músico que viria a falecer dez dias depois num trágico acidente de automóvel. Ao lado de Evans e de Paul Motian, na bateria, LaFaro improvisa abundantemente, complementando de forma brilhante a sonoridade característica do trio que, ao vivo num clube como o Vanguard, se encontra totalmente electrizado possuindo uma vibração bem diferente dos registos de estúdio. Ao longo de temas como "My man's gone now" (Gershwin), "Solar" (Miles Davis), ou o original de LaFaro "Gloria's step", a comunicação entre os três músicos é superior, sendo projectado com excepcional clareza o conceito que Evans procurava para o trio; uma comunicação a três vozes em que nenhuma se sobrepunha às restantes.
Bom jazz, portanto. Boas músicas!

escrito por ai.valhamedeus

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