Para não esquecer...

MAIS VALTERISTAS QUE O VALTER

O Estatuto do Aluno é uma aberração. Tão grande, que o próprio (ex)governo teve que alterar o Decreto por Despacho, a que chamou esclarecedor.

Na altura, a ministra de má memória e o Valter de memória não menos má clamaram que os professores é que não sabiam ler. Tenho que reconhecer
[ainda que muito me custe]
que numa coisa eles tinham razão: há professores que são mais papistas que o Papa
[quero dizer, mas Valteristas que o Valter].
Já tinha sido assim com as "aulas" de substituição.

As "aulas" de substituição são outra aberração
[pelo menos, tal como estão pensadas e no secundário].
Apesar disso, conheço escola(s) onde a regulamentação interna tratou de aprimorar a nódoa: foram criadas equipas de coordenação, fichas de avaliação das "aulas" com 2 páginas A4, obrigatoriedade de criação de dossiê com tarefas para os alunos, relatórios com vista a melhorar a coisa... Tudo isto, produzido por gente que apregoava aos ventos a sua total discordância em relação à coisa: mas -- acrescentava a dita gente -- já que tem que ser, então que funcione o melhor possível.

Com o Estatuto do Aluno é a mesma coisa. Tanto o Decreto como, sobretudo, o Despacho apontam no sentido da informalidade da prova de recuperação. Pois sim, 'tá bem 'tá!... Conheço escola(s) onde a regulamentação interna tratou de aprimorar isto, determinando que
Todos os aspectos a ter em conta na elaboração desta prova de recuperação (tipo de prova, duração, matriz) são competência das áreas disciplinares, com supervisão do coordenador de departamento.
Áreas disciplinares. Supervisão. Departamento. Arquivamento em dossiê dos documentos produzidos... Sendo que estas determinações são complementadas com o esclarecimento oral de que "o processo tem que ser devidamente formalizado".

Tenhamos bom senso, já que o governo o não tem...

escrito por ai.valhamedeus

3 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Arrrrrreeeeeeeeee!!
Essa gente é professor/a ou mero director/a? Nunca tal coisa se imaginou!

Ouvi falar duma tal aberração por terras de Viriato! Será que os Viseenses andam tão pouco sensatos? Certamente efeitos da titularice...

A continuar assim, um dia destes vão exigir-vos um "dossiê" de estágio completo para formalizardes a vossa avaliação contínua!

Estais entregues aos leões!

vitor m disse...

Ess@s burocratas hão-de ver a coisa cair e lamentar o tempo que perde(ra)m a aprimorar futilidades...
Como aconteceu, aliás, com as famosas fichas de avaliação complex da defunta ministra...
Há de facto gente que só sabe viver complicando tudo.
Que compliquem a sua própria vida, ninguém tem nada a ver com isso. Que compliquem e queiram formatar o desempenho profissional de outros colegas é que não é aceitável em democracia!

MFR disse...

Conheço uma escola (que é a mesma que tu referes) que tem um estatuto do aluno com modificações recentes (que são as mesmas que tu referes) que apontam no mesmo sentido que tu referes.

Refiro uma como exemplo. Antes, o aluno que ia "para a rua" era enviado para o Gabinete de apoio ao aluno; como alternativa, para a biblioteca. Neste segundo caso, "o funcionário da biblioteca recorre a um professor disponível em tempo de estabelecimento ou em substituição sem serviço efectivo".

A ideia é sempre a mesma que tu referes: o professor está ocupado? não? ocupa-se! Está na hora em que faz substituição mas nenhum professor faltou? vai fazer outra coisa!

Há-de chegar o dia em que se inventará mais qualquer taarefa para os professores que não fizerem substituição nem têm alunos "expulsos da aula". Eu sugiro: catalogar livros na biblioteca; apoiar os funcionários da secretaria; lavar as casas de banho...

Ah! Estou convencida que quem propôs estas alterações deve(m) ter sido a(s) mesma(s) pessoa(s) que propôs/propuseram as outras.

Faço coro contigo. Haja decência!