Para não esquecer...

EX-CITAÇÕES * 94. cortes salariais, taxas e mais taxas municipais


Qualquer semelhança entre o que a seguir se transcreve e o que actualmente se passa não é pura coincidência.

Conversa entre D. João IV e o Padre António Vieira, a quem o rei pede para convencer a nobreza e a igreja a contribuírem com impostos para a consolidação da Independência.
… preciso da vossa ajuda, padre, estamos falidos, não há dinheiro para comprar armas e cavalos. Inglaterra, França, Suécia, deixam-nos comprar armas, libertam os impostos, os nossos embaixadores executaram um bom trabalho, mas falta-nos dinheiro, vamos reunir Cortes na Igreja das Chagas, vou exigir que não só o povo pague o tributo, mas também o clero e a nobreza, o padre Vieira perguntara, o clero e a nobreza não pagam taxas?, d. João IV esclarecera que só as comunidades pagavam. Vieira achara injusto, Mundé (o índio amigo do Padre Vieira) interviera, assim é no Brasil, a Igreja nada paga, só os mercadores e os lavradores sustentam as cidades, e, estes, como têm de pagar, carregam no trabalho do índio e do preto, no fundo, no fundo, paga o índio e o preto, d. João IV justificava-se com a tradição, Vieira perguntara, quereis que a todos exorte a pagar, o rei respondera, é forçoso que todos paguem, povo, sacerdotes, mosteiros, conventos, igrejas e casa senhoriais, d. Luiza de Gusmão concluíra não existir outra solução, o rei explicou, foi a rainha que encontrou esta solução. Vieira louvava a ideia, não só justa como oportuna…
[Miguel Real, in “O SAL da TERRA”]

escrito por Gabriela Correia, Faro

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