Para não esquecer...

AINDA O CHUMBO DA AVALIAÇÃO SOCRETINA

Continuo a pensar que se continua a dizer muita asneira a propósito do título deste texto. A principal é falar do chumbo da avaliação socretina dos professores atirando ao lado.

Pacheco Pereira diz asneira quando se manifesta contra porque a medida é eleitoralista, porque cede ao facilitismo e porque entrega as escolas aos sindicatos. Pergunto: Pacheco acha que o modelo é bom ou é mau
(será que conhece o modelo?)?
ficamos sem saber.

Sousa Tavares
(esperadamente)
repetiu asneiras semelhantes, hoje, na tv: que os professores nunca mais serão avaliados, que mata-se assim o trabalho de 2 ministras
(mas qual trabalho, sr Miguel? saberá este sr Miguel o que tem sido a avaliação, nas escolas, ao longo da desgovernação do pê-èsse?),
que a fenprof
(a inimiga de estimação do sr Miguel)
saiu vitoriosa, deste combate.

Hoje, durante o almoço na tasca onde costumo trincar umas febras, na mesa do lado 4 sapientíssimos "treinadores de bancada" repetiam os mesmos chavões: que os professores não querem ser avaliados, que agora não o vão ser, e
(os comentadeiros são eficazes!)
as escolas estão novamente entregues aos sindicatos.

Para além de serem autênticas asneiras, estes comentários são ricos nas potencialidades que oferecem à interpretação. Supõe o ilustre comentador de café ou tasca que os governos pê-èsse puseram os sindicatos na ordem
(o que não deixa de ser curioso: um governo de "esquerda" fez o que governos de direita não tinham conseguido. A ser verdade, a História repetir-se-ia mais uma vez: de quem eram os governos que trataram da saúde à reforma agrária, que não pagaram subsídios de natal como deviam...?).
Esta "leitura" papagueada esquece um pormenor: esquece-se de perguntar quem impulsionou o movimento contestatário dos professores. É que, só para lembrar, os tais sindicatos
[que seriam novamente os donos das escolas]
até celebraram dois acordos com as tais duas ministras...

[anexo: para quem desconhece o assunto, deixo uma sugestão de consulta -- são umas grelhazitas para observação/avaliação de aulas. Seleccionei as de uma escola ao acaso: estão aqui. Se gostaram, é só dizer, que eu encontro outros exemplares de outras grelhas que todos os professores têm de preencher -- que as aulas observada são só para... quem as pediu].

escrito por ai.valhamedeus [ilustração do blogue anterozóide]

2 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

nem os governos sabem governar, nem os sindicatos cumprir o seu papel. é obvio que nas escolas não mandam os sindicatos, se assim fosse o autoritarismo e a prepotencia seriam maiores que os actuais, já tão evidentes.
os sindicatos são umas associações de senhores e senhoras que se sentam na mesa da ministra e zelam pelos interesses dos seus sócios... contando ainda com centenas de trabalhadores exclusivos a quem o povo paga o vencimento... parecendo esquecer que a escola pública é de todos e para todos - alunos e professores incluindos - já que pela imensa multidão de professores precários e contratados nada fazem... não querem a avaliação para os que lá estão, com os tais direitos adquiridos, mas estão-se a "marimbar" se os contratados são ou não avaliados... é verdade que muita gente fala daquilo que não sabe, acima de todos o sr Tavares, mas esse já ninguém bem informado o leva a sério. mas também é verrdade que os sindicatos estão parados no tempo. não se adaptaram às novas exigências do mundo laboral e, de forma dormente, pensam que ainda estão nos tempos em que era possível ter emprego estável e certo para toda a vida. não perceberam ainda que os seus associados, cada vez menos, são uma imensa mancha de privilegiados com "regalias" a que a maioria das novas gerações nunca vão aceder... no entanto todos desempenham as mesmas funções, mesmo que sem os mesmos privilégios e direitos.
não vale a pena continuar a falar no século XXI a linguagem do século XIX. o mundo evoluiu muito e os sindicatos permaneceram no passado... de onde, a este ritmo, dificilmente hão-de sair, para desespero das novas gerações que pouco ou nada beneficiam do seu "empenho" em defesa dos direitos laborais.
L S

Anónimo disse...

Ó meu/minha caro/a LS , as velhas gerações já foram novas, e também se achavam em desvantagem em relação às anteriores, mesmo desempenhando as mesmas funções.
E não tinham a casinha dos papás.
LSD