Para não esquecer...

LEIT(e)URAS [44] os portugueses

Os portugueses é um livro escrito por Barry Hatton, que vive em Portugal, é jornalista e casou com uma portuguesa. Ler o que os outros pensam de nós é sempre interessante. Havia um presidente de um núcleo sportinguista que se ausentava da reunião, passava à sala seguinte e depois tentava ouvir o que dissessem dele... É assim, até no Sporting...

Desde Beresford que se constatou que os portugueses não tinham inclinação para obedecer. De resto, como constata Pulido Valente, inventámos a guerrilha que era, segundo Beresford, o que nos convinha melhor (pág. 124). Dizia John Stanhone que o "exército português... dizer que era o pior da Europa teria dado uma pálida ideia da sua degradação". Assim é que é falar, porra!

Os Descobrimentos proporcionaram quase dois séculos de pilhagens (pág. 133). Quanto à população
(ou populaça, de que fala Pulido Valente),
leia-se, a págs 145: Portugal "Enfrentava várias desvantagens: uma população rural atrasada e iletrada; uma classe média fraca; falta de capital; poucos conhecimentos tecnológicos; pouca matéria-prima..." Muito diferente de hoje, como se constata...

Quanto a Salazar, citando o ditador, diz o autor que Salazar observou em 1933 que, em sua opinião, era "mais urgente a constituição de vastas elites do que ensinar o povo a ler" (pág.155).

Na altura da segunda Guerra Mundial Portugal tinha duas vezes mais padres do que médicos (pág. 160)
(e daí?).
Acho que vale a pena ler.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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