Para não esquecer...

POR ESPANHA * O CAMINHO FRANCÊS DE SANTIAGO

Neste nossa viagem por Espanha, cedo ficámos encalhados, numa paragem em Santo Domingo de la Calzada, havendo-nos prometido ir dormir a Estella. E é aqui que dormiremos. Se for em alturas de festas

[em inícios de Agosto], 
ou se reserva cama com alguma antecedência, ou, em cima da hora, é melhor procurá-la a alguma distância. Se a preferência for para parque de campismo, o de Acedo é uma boa opção

[parque de campismo de Acedo]
[pela bonita localização, entre as serras de Lokiz e Codes, no vale do Berrueza; pela proximidade de lugares com visita recomendada, a que se acede facilmente; pelo acolhimenro; pelas próprias instalações e programação de atividades; ...].
[Estella em festa]
A cerca de 20 km, fica Estella
[tradução latina do nome basco Lizarra, ambos tradução de Estrela], 
importante ponto de paragem medieval no caminho francês para Santiago
[de que é o final da quinta etapa de 22 quilómetros, que começa em Puente La Reina],
a que deve os seus monumentos de grande valor, a maioria em estilo românico. Estamos, conduzidos pela imaginação, em início de Agosto e não podemos perder as festas de San Andrés, o padroeiro de Estella, que têm início na sexta anterior ao primeiro domingo de Agosto e duram uma semana
[se for em Setembro, temos a Semana Sefardita, que atrai intelectuais, artistas e universitários especialistas para conferências e espetáculos sobre a cultura judaica medieval]. 
[Estella em festa]
Durante a semana, a "agitação" festiva, na cidade, faz jus à fama da movida espanhola. Garanto eu, que estive lá... ;-)


Deter-nos-emos por aqui mais do que um dia, para, sem stress, explorarmos as redondezas de Estella (Lizarra). Saindo de Acedo (A), e num primeiro circuito,

[Villamayor de Monjardín. Vista, a partir da Adega local]
Villamayor de Monjardín (B. Ver o castelo, a fortaleza medieval, a aldeia e a sua igreja românica),
[Igreja de Arellano]
Arellano (C. Para visitar a igreja e os seus excepcionais frescos góticos, guarde-se de ir à hora da sesta: Arellano não tem vivalma na rua e o edifício... vê-lhe o exterior, que o interior está fechado a 7 chaves) e Ayegui (D).

[Mosteiro de Irache. Interior]
Em Ayegui vamos demorar-nos um pouco mais. Visitaremos o mosteiro de Irache
(construído pelos monges de Cister para abrigar os peregrinos. Entrada livre, mas com um guarda excessivamente rigoroso no cumprimento de horários, no de fecho pelo menos. E, além da fachada, vale bem a pena a visita ao interior, designadamente à igreja)
e as Adegas Irache.

[Adegas Irache. Fonte de vinho]
Entre ambos, passa o caminho de Santiago -- e muito oportunamente, para os peregrinos. As Adegas instalaram, numa parede colada ao caminho, uma "fonte de vinho". Exatamente isso: duas torneiras, em forma de vieiras de Santiago; uma dá água e a outra, vinho (para sabermos qual a que se abre mais, não se adivinhando, basta esperar um pouquito); vinho fresco e bom (não provei a água, mas também há-de ser); líquidos dados, sem qualquer controlo: abre-se a torneira, bebe-se e segue-se (para Santiago, ...se for o caso).

Não incluí neste roteiro Lerín, porque não tive tempo de a visitar. Mas os guias garantem que vale a pena.

[Mosteiro de Iranzú]
E eu garanto que o mosteiro de Iranzú (E) é a cereja em cima do bolo do percurso.

[Mosteiro de Iranzú]
[Mosteiro de Iranzú. Claustro]
A estrada até lá e o local compensam os 9 km que separam Estella deste mosteiro do século XII, tipicamente cisterciense, cuja visita é acrescento justificativo da deslocação.

Havendo tempo, ficam 2 sugestões extra, a que o avaro em estrelas guia Michelin atribui duas: a estrada do Porto de Lizarraga
(ao sair do túnel, a 1090m, e antes de começar a descida entre prados e bosques, deter-se no miradouro que domina o verde vale de Ergoyena. Continuar até Etxarri - Aranatz. Apanhar depois à esquerda a N240 até Olatzi, seguindo, à esquerda, até Estella)
 e a estrada do Porto de Urbasa
(uma estrada, muito inclinada, que sobe por uma paisagem rochosa muito selvagem que contrasta com o frondoso e bucólico vale que depois atravessa. A descida do porto, a 920m, proporciona bonitas visitas rodeadas por altas escarpas calcárias; depois passam-se as gargantas do rio Urenderra, de águas claras).
escrito por ai.valhamedeus

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