Que sangue alimenta esta árvore[António Ramos Rosa/Casimiro de Brito]
A sombra desta árvore a que se colhe
A dor a resignação dos humanos
Que teia de raízes minuciosas
Se concentra no formigeiro de ventos e marés
Da grande solidão mineral
Que seiva ilumina os velhos troncos
Onde em silêncio os ossos encostamos
E o sal da morte interrogamos
De que morte falamos como se ela
Fosse da vida uma fuga um abrigo
No meio da noite seca e sem destino
Diz-me António digam-me palavras
Que sangue habita nestas árvores
Que paciência vegetal nos alimenta?
escrito por Carlos M. E. Lopes
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