Para não esquecer...

hoje é sábado 190. O VENTO

Pelo secreto e espesso bosque da penumbra
que dolorosas viagens as indefesas figuras realizam
que terríveis segredos lhes revelam
pois se quedam assim emudecidas
e que brandura os líquenes adivinham
para crescer nemas e não em nós

Não te posso hoje dar nenhuma certeza
e se soprar o vento neste jardim de Villa Borghese
quem sabe talvez tudo voe

E destes nomes só um resíduo
uma réstea de alegria permaneça
a iluminar toda a vida

[MENDONÇA, José Tolentino, A Noite Abre Meus Olhos, Lisboa, Assírio & Alvim, 2ª edição (1ª julho 2006), 2010, pág. 62]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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