EIS-MEEis-meTendo-me despido de todos os meus mantosTendo-me separado de adivinhos mágicos e deusesPara ficar sozinha ante o silêncioAnte o silêncio e o esplendor da tua faceMas tu és de todos os ausentes o ausenteNem o teu ombro me apoia nem a tua mão me tocaO meu coração desce as escadas do tempo
[em que não morasE o teu encontroSão planícies e planícies de silêncio
Escura é a noiteEscura e transparenteMas o teu rosto está para além do tempo opacoE eu não habito os jardins do teu silêncioPorque tu és de todos os ausentes o ausente
[Sophia de Mello Breyner Andresen, in Livro Sexto]
foto, de ai.valhamedeus; escolha do poema, de Ana Paula Menezes.
0 comentário(s). Ler/reagir:
Enviar um comentário