Para não esquecer...

ASSIM NASCEU UMA LÍNGUA

Eis um livro que me aborreceu solenemente: nunca tinha lido um livro que me fizesse sentir tão ignorante.

O autor avisa logo que
“não andei por arquivos, não limpei o pó a nenhum manuscrito ou obra rara em sombrios mosteiros. Toda a informação aqui reunida estava disponível. Era, e é, pública”. 
A modéstia do autor contrasta com as pujantes fontes de informação que carreia no livro e que nos deixa atónitos.

Desde a síncope do L e do N, o til e ão. Tudo é passado a pente fino e imagina-se o autor minucioso, atento, de caneta e papel na mão em busca da palavra, do substantivo, o adjetivo, o verbo, o advérbio.

Trabalho árduo e minucioso. Trabalho jesuítico. Datas em que certas palavras entraram no português, no espanhol, galego. As mais de 20% palavras origem francesa que entraram no inglês, a influência do castelhano (ou espanhol) na escrita de Saramago, quando este se mudou para as Canárias…
De bibliografia, são 16 páginas.

Assim nasceu uma língua não é para ler, é para estudar. Sempre.

[VENÂNCIO, Fernando. Assim Nasceu uma língua : Assi naceu ῦa língua : Sobre as origens do português. Guerra e Paz, Lisboa, 2019]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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