Para não esquecer...

MEMÓRIAS SOLTAS * I. poder e importância

Nota prévia.

Estas Memórias constituem, como diz o nome, memórias que nada têm umas que ver com as outras, daí as soltas,  baseiam-se somente na minha memória (ainda que possa recorrer a algumas fontes). Não têm a ambição de ser algo rigoroso, nem verificável. Por isso, se não for rigoroso ou exato, já sabem... 
Um amigo meu, que escreveu ainda para o Ai Jesus!, dizia, a propósito de Fernão Mendes Pinto: têm a mania de dizer Fernão, mentes? Minto! porque os factos e os locais por ele relatados não coincidiam nem no tempo nem no local. Ora bolas, rematava o Rosa Mendes, se eu nem me lembro o que comi ontem, como poderia o homem, depois de regressar ao Pragal se lembrar de tudo? O homem não mentia, faltava-lhe a memória, por vezes. Comigo sucederá o mesmo. 
Vamos a isto!
Poder e importância

Há uma coisa de que alguns políticos ou pessoas de poder às vezes se esquecem: a sua “importância” deriva do cargo e não da pessoa. Basta ver o resultado de pessoas que julgam que a coisa se repete. E não estou a lembrar-me de Mário Soares, face à “banhada” que levou na sua tentativa de voltar à Presidência da República. Não. Falo de coisas mais simples e mais chocantes.

Há dias, estava na casa de um compadre e encontrei um antigo oficial de GNR, por sinal uma excelente pessoa. Às tantas, falamos dos postos e da importância. Ele tinha sido comandante de uma vasta área e, entretanto, tinha-se aposentado. Diz-me ele “voltei ao Posto, onde exerci, e a sentinela nem me falou. Ora, antes, era continência era salamaleques...”.

Falamos depois de um antigo diretor Regional. Esse diretor era convidado para jantares, caçadas no Algarve, Alentejo, Espanha. Comemorações, aniversários, casamentos por todo o lado. Este oficial disse-me: “encontrei-o há dias e perguntei-lhe então Dr. Jorge, como vamos de caçadas e jantares? Aí ele respondeu-me: nada, amigo, nunca mais me convidaram, desde que me reformei. Sabes, eles nunca me convidaram a mim. Eles convidavam o cargo

Perfeito.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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