Há uma constatação que ninguém pode obliterar. A pandemia veio, mais uma vez, trazer ao de cima a questão da esquerda e da direita. Quer se queira, quer não se queira.
Desde logo, e de início, se verificou que havia quem considerasse esta coisa sem qualquer interesse, uma “gripezinha”, como lhe chamou Bolsonaro, um problema “controlado”, como disse Trump, ou outra coisa qualquer. A ideia era impedir a economia de colapsar. Do outro, quem se metesse em casa, tivesse entrado em pânico e considerasse a pandemia uma coisa séria. Geralmente a malta de esquerda (daqui excluo o PCP, até porque se tem revelado um partido social-democrata na sua pujança).
E os esforços são enormes. Nesse sentido se entendem as posições de José Miguel Júdice, os atrás referidos Trump e Bolsonaro e uns quantos avulsos que por aí há.
Em troca do “desenvolvimento” económico, morrerem umas dezenas de milhar ou mesmo uns milhões (desde que não afete muito o mercado) não tem qualquer importância. O importante é business as usual.
Daqui não se retire que o pessoal tenha a “coisa” controlada. Nada disso. Nem a OMS nem a nossa querida DGS sabiam o que fazer e andaram às apalpadelas. Ora as máscaras eram uma ilusão de segurança, ora são o meio de prevenção mais eficaz.
O que é certo é que o PR, hipocondríaco incorrigível, arrastou o governo para o estado de emergência, um pouco à revelia dos desejos do Costa que, nitidamente, desejava medidas mais suaves e mais de acordo com o “mercado”.
Agora que a direita mais mercantilista quer o desconfinamento, disso não tenho dúvidas.
escrito por Carlos M. E. Lopes
COVID-19
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