RUSSES ET UKRAINIENS, LES FRÊRES INÉGAUX

[Andreas Kappeler. Russes et Ukrainiens, les frères inégaux: du moyen âge à nos jours. Paris: cnrs Editions, 2022, 316 pp]

Este é um livro saído em 2017 mas, oportunamente, saído em 2022 em França.

Aqui se traça a convivência entre dois territórios e povos irmãos, mas desiguais. A Grande Rússia (Rússia, elle-même) e a Petite Russe (a Ucrânia). Ao longo da história houve sempre algumas tensões, com a Polónia e a religião a servirem de fator de afastamento entre estes dois irmãos. A Rússia, quer dos Csares, que da União Soviética tem visto sempre a Ucrânia como um irmão menor, apesar das declarações grandiloquentes dos dirigentes russos e/ou soviéticos. A Ucrânia sempre balançou entre o ocidente e a Rússia, sendo que, depois da independência, em 1991, após a impulsão da União Soviética, a aproximação ao ocidente se tenha desenvolvido.

A Rússia, por sua vez, sempre considerou a Ucrânia como uma espécie de protetorado. Putin, que tinha, nas sondagens, uma aceitação de 60% da população, passou a ter, após a anexação da Crimeia, uma aceitação de 90%. E mesmo na Ucrânia, os russos (os grandes russos) tinham apoio da população. De facto, “A Rússia não tem, até hoje, aceitado a existência da Ucrânia como nação autónoma e continua a considerá-la como parte do mundo russo” (pág. 276).

escrito por Carlos M. E. Lopes