Tenho uma irreprimível aversão à regionalização. Reconheço que a mesma é mais ditada pela aversão aos seus arautos do que pela propriamente dita regionalização que, diga-se, não sei em que vai consistir, em concreto.
Quando vejo regionalistas, sinto vontade de ser contra, pronto. Seja ele o Mendes Bota, sejam outros quaisquer.
O tratado de Lisboa vai “democratizar” a Europa ou melhor, a União Europeia. As deliberações serão tomadas por maioria e não por unanimidade, diz-se. Em princípio, tal significa uma diminuição da nossa independência, uma vez que deliberações haverá que nós votamos contra e temos de engolir, aceitar. O recurso ao referendo seria uma maneira
(a mais democrática)de saber se o povo aceita esta diminuição da sua soberania. Mas, como já aqui deixei expresso, só defende o referendo quem for contra a decisão a referendar. Neste momento, governo e Presidente da República estão de acordo: não ao referendo. O mesmo em relação ao maior partido da oposição. Não! Referendo, não, o povo “não percebe”.
Estou convencido, contudo, de que o povo aceitaria a diminuição de soberania, tal como votou contra a regionalização. Penso que os portugueses pensam que, quanto mais longe estes “bandidos” estiverem, melhor. “Olhos que não vêem, coração que não sente”. E, no entanto, uma participação mais activa de nós todos na coisa pública não seria mau.
escrito por Carlos M. E. Lopes
2 comentário(s). Ler/reagir:
Caro Carlos Lopes,
Não tenha medo da Regionalização. Contrariamente ao que por aí se diz, esta constitui-se como uma mera reforma administrativa, que na prática servirá para limitar os excessos e o desproporcional protagonismo quer da administração central quer dos municípios.
Para saber mais sobre isto, convido-o a visitar
Regionalização
Cumprimentos,
Sr. Carlos Lopes,
Tem razão para desconfiar dos regionalistas, da maior parte deles (outros defendem-na e não medem as consequências). Não acha caricato que os seus mais distintos arautos tenham feito vida política no tal "centralismo" e agora viraram regionalistas?
Dizem que é uma reforma administrativa e que esses novos órgaos (a que sorrateiramente apelidam de autarquias) não têm funções políticas. Para que serviriam elas se assim fosse. E dizem mais: que as câmaras manteriam os mesmos poderes.
Está bem de ver porquê: para que dessa área não surja muita concorrência aos tais novos lugares a criar com as juntas regionais. É tudo muito bem pensado. Existem excedentários nos órgãos superiores da política e da adm. pública.
Termino convidando-o a visitar o meu Blog "camaradita.blogs.sapo.pt"
criado especialmente para eu combater a regionalização por um ângulo que achará oportuno.
Cumprimentos.
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