Para não esquecer...

A JUSTIÇA POPULAR

A Leonor Cipriano apresentou queixa contra os agentes da Judiciária por agressão. Não me custa acreditar que ela tenha sido agredida, ainda que a prova e as “testemunhas” a certificar que ela caiu das escadas ou se tentou suicidar irão aparecer, sem dúvida.

O que me impressionou foi a tentativa de branqueamento feita por um advogado de defesa da polícia
(o António Cabrita, também presente, era incapaz de dizer tal)
que justificou a existência de jurados no julgamento como a maneira de o povo manifestar a sua opinião sobre a onda de violência no país. No fundo o Sr. Advogado estava a dizer que os seus constituintes tinham agredido a Leonor, mas que o povo teria oportunidade de se manifestar se queria uma polícia actuante, “rija”, que tratasse os meliantes de forma firme e sem tibiezas, ou se queriam o “deixa andar” actual. Já João Grade, advogado de Leonor Cipriano, se manifestou contra a existência do júri, porquanto pessoas sem conhecimentos de direito iam decidir coisas para as quais não tinham preparação técnica.

Julgo que nenhum dos dois terá razão. O júri irá decidir se a Polícia terá agredido ou não a Cipriano. Se o fez, cometeu um crime. Tais agressões não serão justificadas pelo facto de a Leonor ter sido homicida ou não da sua filha Joana. E o júri não pode considerar que “elas foram bem dadas”. Não se trata pois de um referendo à onda de crimes violentos existentes.

Por outro lado a existência de júri não é uma chinesice da ordem jurídica portuguesa. É uma realidade existente na maior parte das ordens jurídicas ocidentais.

É o que penso.

escrito por Carlos M. E. Lopes

2 comentário(s). Ler/reagir:

Rini Luyks disse...

Caro "Ai meu Deus",

(fora do contexto deste post)
Num comentário ao meu post sobre a Tomatina e o nosso visitante nº 66666 (Anacruses, 31 de Agosto) V. Exa. perguntou (e muito bem): "Como será a imagem quando o número de visitantes for de 696969?"
Isto ainda vai demorar, mas agora estamos prestes a receber o visitante nº 69696, também um número bastante acrobático. No último post propus uma votação para escolher a imagem a acompanhar mais esta marca histórica do nosso blogue. Infelizmente o pudor dos nossos leitores é grande, ainda não houve reacções.
Queria por isso convidar V.Exa. para escolher uma das imagens no post ou propor uma outra.
Obrigado pela colaboração.

Rini Luyks disse...

Caro "Ai meu Deus",
(cada vez mais fora do contexto..)
Obrigado pela reacção, os vizinhos colaboram!?
Mas percebeu mal: o carácter acrobático deste número reside exactamente no facto de ninguém "ficar de fora"!
(Ai meu Deus, onde isto vai parar!?)