Não haverá quem discorde: durante o domínio deste governo pê-èsse, o movimento sindical dos professores conheceu momentos históricos.
Após várias formas de luta, com a expressão numérica habitual numa classe bastante amorfa,
- a 5 de Outubro de 2006, desfilámos pelas ruas de Lisboa 20 mil professores. Foi a maior manifestação de docentes após o 25 de Abril. A 13 do mesmo mês, muitos professores estiveram na manifestação de, segundo números da Polícia, 70 mil funcionários públicos.
- Ninguém, antes de 8 de Março de 2008, preveria o que aconteceu nesse dia: desta vez, em Lisboa, estiveram 100 mil professores a exigir respeito dos governantes que os têm humilhado e ofendido. Foi uma coisa... do outro mundo!
[designadamente, no que dizia respeito a um modelo de avaliação que a plataforma sindical considerou inaceitável],os Sindicatos assinaram um entendimento com o Ministério da Educação
[os dirigentes sindicais justificá-lo-iam, mais tarde, com a necessidade de salvar o ano lectivo].E, aparentemente, o acordo sossegou a luta... previsivelmente, até ao final do ano lectivo de 2008/2009.
- Espicaçados por movimentos extra-sindicais
[e até, de certo modo, anti-sindicais],
que instigavam os professores ao regresso à contestação, os dirigentes sindicais retomam a dinamização de formas de luta. - Imprevisivelmente, o número de professores nas ruas de Lisboa aumenta para 120.000, a 8 de Novembro de 2008
[o respectivo vídeo do Ai Jesus! está aqui].
E seguem-se manifestações em vários pontos do país[a de Viseu está documentada neste vídeo]...
- ... e as movimentações dos professores põem os problemas do ensino, de um modo nunca visto, no quotidiano do País, nos jornais, nas tvs, nas discussões de café...
- ... e exprimem-se em 2 greves históricas
[a 3 de Dezembro de 2008 e a 19 de Janeiro de 2009, com adesão superior a 90% e manifestações por todo o País],
na suspensão reiterada da avaliação em muitas escolas... Uma movimentação de que não há memória, na classe[e que se reflecte nos alunos, que fecham as escolas e vêm para a rua]...
E, de repente, neste momento, parece que tudo parou de novo. Pelo menos, os sindicatos remeteram ambiguamente a luta para o interior das escolas
[para a não entrega de objectivos].
E eu não entendo. A luta, esse tipo de luta, sempre se travou dentro das escolas; eu pergunto-me é pelas lutas, a curto e eventualmente a médio prazo, fora das escolas. E não encontro resposta.
Tudo parece passar-se como se tivéssemos novo entendimento, desta vez tácito. Será porque o sr. Escusa, mais conhecido por Presidente da República, recomendou serenidade? Será porque Albino, o pretenso pai dos pais que exige serviços mínimos na educação, avisou que «O direito dos professores à greve não pode colidir com o direito dos alunos e das famílias»?... Ou será porque, como eu já aqui escrevi, os sindicatos são instituições do sistema e, portanto, amarrados a ele?
[que sempre fui sindicalizado e não posso ser acusado, com razão, de ser anti-sindicalista]
escrito por ai.valhamedeus
3 comentário(s). Ler/reagir:
Comem todos da mesma gamela...
No fim, o que vai interessar é a salvaguarda do "tacho" criado para uns com conivência dos outros...
Depois o que lhes interessa é o 1% que não se esquecem de cobrar!
Mas claro que os sindicatos são instituições do sistema!
Para o bem e para o mal!(também eu sou defensor dos sindicatos, mesmo quando funcionam menos bem...)
Contudo sempre achei que "sangue novo paralelo" às lutas sindicais, é bom. E não faz o jogo de ninguém a não ser o da defesa da nossa classe. (há certamente nestes movimentos colegas com intenções ocultas, mas também no seio dos sindicatos isso se verifica, ou não?...)
De entre as iniciativas dos chamados movimentos independentes, atente-se no caso, mais recente, da "contratação" de Garcia Pereira pelos umbiguistas, tendo em vista a denúncia das ilegalidades que a sinistra tem vindo a cometer desde que sentou o cu na 5 de outubro.
Ninguem se deve precipitar...
A luta está neste momento a desenvolver-se nas escolas e com assinalável exito... e retornará à rua nos próximos dias.
Desde já : de 16 a 19 Fev Plenários e Manifs em toda a região centro. Viseu (Aud Igreja Nova) e Lamego (Hotel Lamego) é no dia 16 Fev, às 9.30 H. Em Viseu mamif até ao Gov Civil. Nos próximos dias (ou horas) os Sindicatos divulgarão outras acções. Sem voluntarismos ou aventureirismos
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